As mulheres brasileiras assistiram atônitas a um triste episódio ocorrido no dia 30 de setembro, durante a 5ª Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres (5ª CNPM), em Brasília. O evento, que deveria ser espaço de debate para as mulheres e sobre políticas voltadas às mulheres, abriu suas portas à participação de “mulheres trans” – homens que se identificam como mulheres, alguns submetidos a procedimentos cirúrgicos.
A incoerência dessa ação mostrou-se de maneira ainda mais grave quando militantes trans hostilizaram, gritaram e cercaram mulheres que ousaram questionar a pauta de “gênero”, sem que houvesse qualquer garantia de segurança às vítimas. O fato expõe não apenas a fragilidade do espaço democrático da conferência, mas também o paradoxo de um movimento que, sob a bandeira da “inclusão”, acaba por calar e violentar justamente as mulheres que diz defender.
Deus criou homem e mulher à sua imagem e semelhança. A eles atribuiu o mesmo valor e a mesma dignidade e concedeu a missão comum de frutificarem e se multiplicarem, de encherem a terra e sujeitarem-na; e de dominarem sobre os peixes do mar, as aves dos céus e todo animal que se move sobre a terra. Deus abençoou homem e mulher para esse propósito e entregou a eles toda a erva que dá semente, toda a árvore em que há fruto que dá semente, todo animal da terra, toda ave dos céus, todo réptil da terra e toda a erva verde, para lhes servirem de mantimento (Gênesis 1.26-30).
No cumprimento dessa missão, ao homem e à mulher Deus atribuiu características biológicas distintas e papéis sociais complementares (Gênesis 2.8). Deus criou a mulher para ajudar (em hebraico, ezer) o homem de forma a complementar (em hebraico, neged) a imagem do verdadeiro ezer, o próprio Deus. Até a queda do homem e da mulher pelo pecado, essa relação perfeita de complementariedade, estabelecida por Deus, existia. A queda, porém, influenciou toda a condição humana, inclusive o sexo biológico e a relação e o papel social do homem e da mulher. A relação equilibrada e complementar entre homem e mulher cedeu espaço para arranjos moldados pela cultura e pelos contextos históricos.
Ao longo do último século, as distorções provocadas pelo pecado encontraram eco em um movimento social que ficou conhecido como “feminismo”. Em sua primeira onda no Brasil, no início do século XX, o feminismo lutou por direitos políticos iguais entre homens e mulheres, em especial pelo direito ao voto. Conquistado esse espaço (Código Eleitoral de 1932), a pauta ampliou-se para a luta pela “igualdade” entre os sexos no campo da educação, da política, dos direitos civis, do acesso ao trabalho e na esfera da família em relação às atividades domésticas.
Entretanto, uma vez conquistados também esses espaços, o movimento adotou, no final do século XX, uma agenda ideológica em defesa dos chamados “direitos sexuais e reprodutivos” – sobretudo pela legalização do aborto voluntário – e da “identidade de gênero”. Sob essa ótica, o comportamento feminino é entendido como uma construção social não-natural, que deve ser desconstruído, de modo a libertar a mulher do modelo social judaico-cristão. Nessa tentativa, o feminismo tem destruído a relação saudável entre homem e mulher e a identidade feminina enquanto imagem de Deus, com suas características e igual dignidade diante do Criador.
O que o feminismo defende hoje contradiz diretamente a Palavra de Deus. Enquanto Igreja de Cristo, não podemos aceitar nem nos omitir diante dos avanços dessa agenda político-ideológica que descaracteriza o plano divino para a humanidade. Precisamos reafirmar, com coragem e esperança, que homem e mulher são iguais em dignidade, diferentes em natureza e complementares em missão, refletindo juntos a imagem do Criador.
FONTE: https://matriz.lagoinha.com/publications/feminismo-e-biblia-duas-visoes-inconciliaveis-sobre-a-mulher
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