quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Alinhamento Profético


Estamos num tempo em que milhares de pessoas não entendem qual é o ciclo de Deus que estão vivendo e, portanto não sabem como atuar e nem para onde ir. Quando não entendemos os ciclos de Deus, tudo é bom, aonde chegamos é maravilhoso, mas quando temos entendimento, muda-se a nossa perspectiva de vida, sabemos que não vamos passar para a seguinte estação sem primeiro cumprir a estação atual. Temos um norte, uma direção clara. Começamos a caminhar onde Deus está caminhando e a seguir o ritmo do Messias. Isto nos gera uma responsabilidade que nos leva a atuar. Para isso, antes de tudo, devemos entender os tempos de Deus, para depois atuarmos nele. E esse é um dos grandes problemas da Igreja nos dias de hoje, ela quer atuar sem ter o entendimento correto dos tempos. Gostaria de ressaltar uma passagem que nos faz compreender acerca desses ciclos divinos. Da meia tribo de Manassés dezoito mil, que foram designados por nome para virem fazer Davi rei; dos filhos de Issacar, duzentos de seus chefes, entendidos na ciência dos tempos para saberem o que Israel devia fazer, e todos os seus irmãos sob suas ordens; (I Crônicas 12:31-32)
Note a diferença em relação ao número de pessoas enviadas das tribos de Israel ao exército de Davi. A tribo de Issacar era pequena em número, mas grande em influência. Dessa tribo foram enviados 200 chefes, ou seja, eram príncipes ou principais. Tais possuíam características que faziam a diferença no meio de tantas tribos numerosas.
  1. Eram conhecedores, isto é, discerniam os tempos, as épocas, estações, temporadas;
  2. Sabiam o que Israel devia fazer (estabeleciam estratégias, planos, modelos);
  3. Eram seguidos pelos seus irmãos (havia uma liderança reconhecida).
Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que sejam apagados os vossos pecados, de sorte que venham os tempos de refrigério, da presença do Senhor, e envie ele o Cristo, que já dantes vos foi indicado, Jesus, ao qual convém que o céu receba até os tempos da restauração de todas as coisas, das quais Deus falou pela boca dos seus santos profetas, desde o princípio. Pois Moisés disse: Suscitar-vos-á o Senhor vosso Deus, dentre vossos irmãos, um profeta semelhante a mim; a ele ouvireis em tudo quanto vos disser. E acontecerá que toda alma que não ouvir a esse profeta, será exterminada dentre o povo. E todos os profetas, desde Samuel e os que sucederam, quantos falaram, também anunciaram estes dias. Vós sois os filhos dos profetas e do pacto que Deus fez com vossos pais, dizendo a Abraão: Na tua descendência serão abençoadas todas as famílias da terra. Deus suscitou a seu Servo, e a vós primeiramente vo-lo enviou para que vos abençoasse, desviando-vos, a cada um, das vossas maldades. (Atos 3:19-26)

Nesta passagem vemos um panorama claro dos tempos que estamos vivendo como Igreja. São denominados “Tempos de Refrigério” que vêm da presença do Senhor. Aqui a palavra tempo é Kairos, que no grego denota o tempo de Deus, a eternidade, onde não há passado, presente e futuro. Tem a ver com a essência de Deus. Há um derramar dessa essência nestes tempos proféticos. A palavra refrigério refere-se ao avivamento que vem da presença do Senhor. Infelizmente, nos dias de hoje, o avivamento se tornou um modismo, mas o verdadeiro avivamento é a sincronização do tempo do homem com o tempo de Deus. Esta sincronização implica numa responsabilidade de restauração, de voltarmos ao plano, ao governo original, quando o Eterno governava sobre todas as coisas.
Outro período descrito nessa passagem é denominado “Tempos de Restauração”. No grego o termo tempo é Kronos, ou seja, o tempo do homem, um tempo cronológico, que pode ser medido. A Palavra declara que o Eterno está sendo retido até que aconteça o Kronos, o tempo dos homens, o tempo da restauração de todas as coisas. A palavra grega para restauração é Apokatastesis que significa voltar ao modelo original, isto é, voltar à Teocracia, ao governo pleno de Deus sobre as nossas vidas. Tudo o que Ele criou e formou deve voltar a Seu plano original.
A vontade do Eterno é liberar estações de avivamento sobre Sua Igreja, no entanto, é necessário entender que é a Igreja quem possui a responsabilidade de sincronizar e sujeitar seu tempo Kronos ao tempo Kairós de Deus. Por isso, a importância de discernirmos quais tempos nos encontramos, a fim de atuarmos corretamente na estação profética de Deus.
A passagem de Mateus 17:1-13 nos revela detalhes proféticos importantes acerca desses tempos de restauração de todas as coisas. Em um tempo determinado Jesus toma seus discípulos, Pedro, Tiago e João e os leva a um alto monte. Quando? Depois de seis dias. Isso nos mostra algo chave. Em Salmos 90:4 diz que para Deus um dia é como mil anos. Segundo a cronologia, o homem tem mais de 6000 anos de idade, o que pode ser dito que esses seis mil anos têm o valor de seis dias para Deus. Sendo assim, profeticamente nos encontramos no sétimo dia, na festa dos Tabernáculos ou Sucot, tempo profético onde Deus está levando Seus discípulos a um monte alto.

Neste monte, a Bíblia retrata que Ele foi transfigurado, ou seja, tomou outra figura, outra forma, a ponto de Seu rosto resplandecer como sol. Se profeticamente nos encontramos neste sétimo dia, devemos entender que assim como Jesus fez com os discípulos, este é o tempo no qual Ele quer revelar toda a Sua glória para a Igreja. Porém, isso acontecerá somente para aqueles que são Seus discípulos, apenas os que estiverem dispostos a subirem com Ele nessa dimensão. Note, que nem todos subiram, apenas os três discípulos puderam ver a glória de Jesus.
Enquanto eles contemplavam Jesus em toda Sua glória, surgem dois personagens: Elias e Moisés. Elias, tipificando o mover profético e Moisés, o mover apostólico. E Pedro, ao admirar essa manifestação, teve a grande idéia carnal de construir três tendas para eles, mas a glória de Deus os envolveu e disse: “Este é o meu filho amado a ele ouvi”. Isso nos mostra que neste tempo de restauração não podemos nos enfocar somente no “brilho” do apostólico e do profético, apesar de ser parte da glória que Deus irá trazer, mas sim, devemos enfocar em ouvir e glorificar somente a Jesus. Ele é o principal. Ele é quem deve resplandecer em toda a Sua glória.
Segundo essa passagem, o mover de Elias representará a geração profética que restaurará todas as coisas ao modelo original do Pai através das palavras de poder e autoridade, como está em Apocalipse 11:1-6. Deus está trazendo um mover profético como nunca antes, e uma autoridade na palavra que vai fazer com que o céu se abra ou se feche segundo a palavra liberada, isto é, segundo o DAVAR liberado. Esta geração profética de Elias irá converter o coração dos pais aos filhos e dos filhos aos pais, como vemos em Malaquias 4. Estes são os tempos da Revolução de Elias.
O texto de Apocalipse 11 também nos revela o mover de Moisés com autoridade para transformar as águas em sangue. Neste tempo Deus está levantando a geração apostólica de Moisés com uma vara de autoridade, para golpear os planos demoníacos, trazer flagelos e pragas contra todos os deuses do Egito e ainda estabelecer juízos e decretos contra as trevas. São tempos da Reforma Apostólica.
Contudo, Elias (profético), deve se manifestar antes de Moisés (apostólico), pois enquanto o profético é o primeiro em tempo, o apostólico é o primeiro em territorialidade.

Fonte: http://www.apostolofernando.com/discernindo-os-tempos/ (Texto extraído deste site do Apóstolo Fernando Guillen)